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Unidade 1 – Dos Fundamentos Macroeconômicos à Demanda Agregada.

Jan 14, 2016 by alefbitch
1. Conceitos introdutórios de economia.

Olá caro aluno, você em algum momento de sua vida já ouviu notícias ou comentários sobre economia. Se seu curso superior foi na área de Ciências Sociais você também já deve ter cursado pelo menos uma disciplina introdutória de economia. Por outro lado, para entendermos melhor a economia precisamos retomar alguns conceitos básicos para que possamos avançar com maior entendimento sobre os problemas econômicos. Neste sentido convido-o a assistir nossa vídeo-aula.

APROFUNDANDO O CONHECIMENTO

Para relembrar e estudar um pouco mais você deve ler o Capítulo 1 – Conceitos básicos em Economia, do livro “Economia: Fundamentos e Aplicações do autor Judas Tadeu Grassi Mendes publicado em 2009, disponível na Biblioteca Digital Pearson.



Agora que estudamos as questões básicas da economia poderemos nos concentrar no foco de nossa disciplina que é a Macroeconomia. Este campo de estudo da economia analisa o comportamento dos grandes agregados macroeconômicos como PIB, nível de emprego, nível de preços, nível de renda, balanço de pagamentos.

A macroeconomia ocupa-se do estudo do funcionamento da economia e seu conjunto. Seu propósito é obter uma visão simplificada, mas que ao mesmo tempo permita conhecer o nível de atividade econômica de determinado país ou de um conjunto de países e atuar sobre ele (MOCHÓN, 2007, p. 147).

A simplificação utilizada para entender o funcionamento da economia é obtida devido a uma série de suposições sobre como deve ser o comportamento geral da economia e dentre elas destacamos:

- Estudo das variáveis agregadas: Observa o comportamento do consumo e não de um consumidor ou de um produto específico; observa o comportamento do nível de preços e não de um preço específico;

- Análise de curto prazo: observa o comportamento e as oscilações das variáveis agregadas em pequeno espaço de tempo, geralmente as análises podem ser para o período de um ano a cinco anos. Esta análise de curto prazo é também chamada de conjuntura econômica ou questões conjunturais;

- Explicação, previsão e ação política: os estudos macroeconômicos têm por objetivo entender o comportamento das variáveis buscando explicar por que elas oscilam e como oscilam. Conhecendo estes motivos poderemos também fazer previsão sobre o comportamento futuro destas variáveis. E de posse da explicação e da previsão é possível pensar as ações de políticas necessárias para amenizar suas oscilações. Mas, a macroeconomia como a conhecemos hoje teve uma evolução recente. Seu marco inicial é pós a Grande Depressão de tal forma que:

A macroeconomia tornou-se um ramo da ciência econômica a partir de 1936, com a publicação de A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, de Keynes. Antes dele, os economistas clássicos e Karl Marx já haviam considerado o organismo econômico como um todo. Keynes, porém, forneceu o modelo, a sistematização teórica e as “receitas práticas”, que nas décadas seguintes inspirariam a maioria dos economistas ocidentais (SANDRONI,1999, p. 359).

Entender este tema é importante, pois ele é o pano de fundo sobre o qual as políticas econômicas se desenvolveram firmando a ideia de que a intervenção do governo na economia é fundamental para evitar as oscilações bruscas da produção e do emprego. A Crise de 1930 iniciou-se nos Estados Unidos e teve repercussões para todo o mundo e para que você entenda melhor esta crise convido-o a assistir o vídeo.

Como você pode ver havia necessidade de entender a crise e encontrar alguma solução para ela. Keynes, em sua obra Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, publicada em 1936, destacou que o problema da economia era o desemprego causado por insuficiência de Demanda Agregada (DA). Para ele a capacidade de produção ou oferta agregada (OA) era fixa no curto prazo, e as oscilações na economia ocorriam porque esta oferta era maior que a demanda ou procura pelos produtos e serviços.

PARA SABER MAIS

Para Keynes o nível de emprego é determinado pelo nível de produção. Esta depende da demanda efetiva que é a soma daquilo que foi vendido mais aquilo que se esperava vender (os estoques). Logo, a DA representa a soma de tudo aquilo que foi produzido na economia. Assim, Keynes formulou o princípio da Demanda Efetiva, segundo a qual a demanda é que gera a oferta, o nível de produção depende da demanda  e que o nível de emprego depende do nível de produção. Conclui que para reduzir o desemprego é preciso aumentar a demanda agregada.



Foi a partir da obra de Keynes que firmou-se a necessidade de maior intervenção do Estado nas economias capitalistas com o objetivo de amenizar as crises cíclicas da produção e do emprego.  Ele entendia que a produção existia para atender a demanda e que a demanda ou procura era composta de diferentes itens, são eles:

PIB = DA = C + I + G + (X ¿ M)

O Produto Interno Bruto (PIB) é igual a DA que resulta da soma do Consumo (C), do Investimento (I), do Gasto Público (G), das Exportações (X) e das Importações (M). Estas são todas as formas de vender a produção do país. Todos estes itens sofrem interferências da ação do governo com suas políticas econômicas. A atuação dos governos é guiada pelo estabelecimento de relações funcionais, isto é de causa e efeito, entre os componentes da DA e seus determinantes. Keynes descreve o funcionamento do sistema econômico capitalista a partir da análise e identificação destas relações de causa e efeito entre os componentes da DA e é isto que vamos estudar no nosso próximo tópico.



2. Demanda Agregada e seus componentes.

Agora que você já conheceu os componentes da DA podemos explicar o funcionamento da economia utilizando um instrumento econômico chamado Fluxo Circular da Renda, conforme podemos observar na figura 1.

Fluxo circular de renda
https://midias.unoparead.com.br/upload/colaborar_ead/2012-semestre1/mba_gestao_publica/regina/22102012/imagens/img4.jpg

Na figura 1 você percebe que aparecem os problemas econômicos fundamentais o que e quanto produzir, como produzir e para quem produzir que já foram apresentados em nossa Vídeo Aula 1.

Através da figura você pode observar que numa economia simplificada existem dois agentes econômicos: Famílias e Empresas. As famílias reúnem toda força de trabalho humano desde empregados até empresários. Estes trabalham nas empresas e também são donos dos fatores de produção. Os fatores de produção são a terra, o trabalho, o capital e a tecnologia. É a partir deles que as empresas conseguem produzir bens e serviços (bens econômicos). Quando utilizam os fatores as empresas têm que remunerar as famílias que são as donas dos fatores, com salários, juros, lucros, aluguéis e royalties. Os bens econômicos são vendidos no mercado para as famílias e para as empresas no mercado de bens e serviços. Logo, nesta economia temos apenas o Consumo (C) e o Investimento (I) como formas de vendermos a produção da Economia. Assim,

DA = C + I

Você observou também que existem dois fluxos 1) O Fluxo Real no qual ocorrem as transações reais, isto é, a troca de fatores de produção (trabalho das famílias) por bens e serviços. Você pode visualizá-lo acompanhando a linha azul cheia da figura, e o 2) O Fluxo Nominal ou monetário por onde circula o dinheiro (remunerações às famílias), você pode visualizá-lo acompanhando a linha azul pontilhada da figura 1. A divisão da atividade de produção em fluxos é importante para a economia, pois alguns problemas são pertinentes à moeda como inflação e a taxa de juros e outros são pertinentes à produção como PIB e nível de emprego.

O fluxo circular da renda é contínuo e os movimentos reais e monetários são simultâneos e, se todo o dinheiro da produção voltar para produção, não haverá crise econômica. Era assim que se imaginava que a economia funcionava até 1929, pois os economistas clássicos haviam deixado como certo que todo o dinheiro circulava e voltava para o processo produtivo, por isto diziam ¿a oferta cria sua própria procura¿. Se as empresas continuassem produzindo, elas remunerariam os fatores de produção (trabalho das famílias) e estes comprariam seus produtos no mercado. Assim, não haveria desequilíbrios ou crises econômicas.



PARA SABER MAIS

Os bens econômicos têm diferentes classificações as principais são:

Quanto à materialidade: produtos ou serviços.

Quanto ao uso eles podem ser:

- Bens de Capital

Utilizado na fabricação de outros bens. Ex. Máquinas ¿ Equipamentos.

- Bens de Consumo

Destinados ao atendimento das necessidades humanas.

- Bens Intermediários

     Bens consumidos no processo produtivo. Ex. Matéria-Prima

Ocorre que a realidade das economias modernas é outra. A presença do Governo, das Instituições Financeiras e as negociações com o Exterior abrem outras possibilidades de venda da produção. Keynes então fez algumas suposições sobre o funcionamento desta economia no curto prazo e sobre as relações funcionais entre os componentes da DA e seus determinantes. Para entender melhor estes desenvolvimentos convido-o a assistir nossa vídeo aula.

Então, conforme você pode notar em nossa vídeo aula os componentes da DA estão interligados e dependem um dos outros. Além disto, cada um deles tem diferentes determinantes ou variáveis que condicionam seu comportamento.



APROFUNDANDO O CONHECIMENTO

Para entender com mais detalhes a lógica da análise que Keynes faz da economia convido-o a ler o item 7.4.4 O encadeamento lógico da análise keynesiana  que se encontra no livro de Judas Tadeu Grassi Mendes, pag. 158-160, publicado em 2009 e disponível na Biblioteca Digital Pearson.



Conforme você leu, a Demanda Agregada tem diferentes componentes e o comportamento destes componentes também é influenciado por outras variáveis, vejamos quais são estas variáveis:

DA = C + I + G + (X – M)

C = A + bY => a função consumo (C) depende do consumo que ocorre independente da renda chamado consumo autônomo (A) e da propensão a consumir (b) da renda (Y). As famílias têm necessidades básicas que procuram sanar independente da renda, por exemplo, alimentação, logo sempre haverá algum nível de consumo (A), por outro lado os demais gastos são limitados pela renda, espera-se que as famílias gastem conforme sua renda(b), porém nem toda renda será gasta, uma parte será poupada podendo ser direcionada para investimentos.
I = ΣRn / (1+r)n =>  função investimento (I) que depende da soma das receitas esperadas do investimento no período (ΣRn) que deve ser acima das taxas de juros reais da economia registradas durante o período ((1+r)n). Ocorre que r = (1+i) / (1+π), isto é, a taxa de juros reais (r) depende da taxa de juros nominais (1+r) descontada a inflação (1+ π). E a taxa de juros nominais é i = ie + rs + πi – πe, isto significa que a taxa de juros nominais (i) em economia aberta deve ser acima da taxa de juros externa (ie) cobrir o risco país (rs) e a inflação interna (πi) descontando a inflação externa (-πe). Os empresários investem para ter retorno real do negócio (ganhos acima da inflação) maior que a taxa de juros do mercado (ser um investimento melhor que as aplicações financeiras). Keynes chama o retorno do investimento de eficiência marginal do capital.
Os gastos do governo são G = f (T), ou seja, os gastos são função da  arrecadação dos tributos (T). Se o governo só gastar o que arrecadar não terá dívida e seu orçamento será equilibrado.
As exportações são X = f(Y*, e), isto é, que é função da renda do resto do mundo (Y*) e da taxa de câmbio (e). Se a renda (riqueza) no mundo aumenta as pessoas compram mais e nós exportamos mais, e se o real estiver desvalorizado em relação ao dólar nossas exportações também aumentam.
As importações são M = f(Y,e), isto é, que é função da renda nacional (Y) e da taxa de câmbio (e). Se a renda dos brasileiros aumentar nós compraremos mais e isto deve aumentar as importações, e se o real se valorizar nós devemos também importar mais produtos e viajar ao exterior.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO

Neste momento você deve estar se questionando: Mas como um país pode controlar estas variáveis?



Ocorre que em todas as economias os governantes procuram controlar estas variáveis através das políticas macroeconômicas. Até aqui procuramos explicar as variáveis e seus comportamento, agora vamos entender como os governos utilizam este conhecimento para conduzir a ação política. Veremos que a atuação dos governos é guiada por aquilo que ele sabe sobre as relações de causa e efeito entre as variáveis, e ele atua visando atingir os objetivos de política. É isto que estudaremos no próximo item.

3. Objetivos da política macroeconômica

A intervenção do Estado na economia com o objetivo de garantir o bom funcionamento da economia ocorre dentro de um conjunto de leis e normas, das quais podemos citar como exemplo mais geral Constituição Nacional. Para administrar o país e garantir o bom funcionamento da economia o governo deve atuar considerando as funções que deve desempenhar e as metas ou objetivos que visa atingir. Todos são estabelecidos seguindo regras.

Assim, o governo nada mais é que o conjunto das autoridades devidamente constituídas de um país. No Brasil o governo é subdividido em três esferas: União, Estados e Municípios. E em termos de poder político também é subdivido em Legislativo, Executivo e Judiciário.

Conforme destacam Vasconcellos e Garcia a presença do governo é importante porque o mercado e o sistema de preços não consegue cumprir adequadamente algumas funções e tarefas.

Existem alguns bens que o mercado não consegue fornecer (bens públicos); logo, a presença do Estado é necessária (função alocativa). O sistema de preços via de regra não leva a uma justa distribuição de renda, daí a intervenção do governo (função distributiva). Finalmente, o sistema de preços não consegue se auto-regular e, por isso, o Estado deve atuar visando estabilizar tanto a produção como o crescimento dos preços (função estabilizadora) (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004, p. 194).

Podemos ver que as três funções econômicas do governos são: alocativa, distributiva e estabilizadora. Na função alocativa o governo vai atuar através de leis, normas e decretos direcionando uma parte dos recursos (capital, recursos humanos, recursos naturais e outros) para ofertar bens e serviços públicos como segurança pública, educação, saúde, saneamento, habitação, enfim serviços que o mercado não oferece ou a população não consegue pagar por eles.

Na função distributiva o governo atua redistribuindo parte da renda, retirando dos segmentos mais ricos da sociedade (pessoas, setores ou regiões) e transferindo para os segmentos mais pobres. No Brasil isto ocorre via implementação das políticas de subsídios, transferências, programas sociais, etc. Uma das formas de trabalhar a distribuição contemplando as questões regionais é o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Na função estabilizadora a intervenção do governo é direcionada para o controle do comportamento do nível de preços e emprego. Assim ele utiliza os instrumentos de política macroeconômica (política fiscal, monetária, cambial, comercial, de rendas, etc.). Neste caso o governo intervém com o objetivo de amenizar os impactos dos ciclos econômicos sobre a economia. Pois quando estamos numa fase de prosperidade há tendência a aumento da inflação, quando estamos numa fase de recessão temos tendência ao desemprego.



PARA SABER MAIS:

As economias capitalistas atravessam fases de expansão e períodos de contração da atividade econômica, causando oscilações no PIB, emprego, renda e preços. Estas fases são chamadas de ciclos econômicos.

Um ciclo é composto de várias fases denominadas: Prosperidade (auge do ciclo); Recessão (fase de queda) e Recuperação (fase de crescimento) da  economia.



Agora que você já entendeu um pouco mais sobre as funções do governo ou setor público na economia podemos partir para o estudo dos objetivos das políticas econômicas. Isto porque conforme destacamos o governo desempenha suas funções e também leva em consideração o objetivo de política econômica que quer atingir.

Os principais objetivos da política macroeconômica são: a) Crescimento da produção e do emprego; b) Estabilidade de preços; c) Equilíbrio das contas externas e d) Distribuição de renda socialmente justa.

Quando um governo deseja saber qual foi o crescimento econômico ele verifica as variações percentuais do Produto Interno Bruto (PIB). Se forem positivas em relação ao período anterior houve crescimento, se for negativa houve recessão. O PIB é medido em termos de valor agregado gerado em cada etapa do processo produtivo, também chamado de bens e serviços finais, pois mede o valor dos bens descontados o valor da matéria prima utilizado na sua produção. Para entender como é feito o cálculo do PIB assista ao vídeo

Outra forma de medir o crescimento econômico é através do PIB per capta. Em países com população crescente ela é importante, pois na medida em que a produção cresce acima do crescimento populacional isto aumenta o PIB per capta o país, estado ou município.



PARA SABER MAIS

O PIB per capta é o resultado da divisão da PIB gerado pela produção de bens e serviços de uma região dividido pelo total da população. É um indicador que também é utilizado para medir o grau de desenvolvimento de um país.



O crescimento da PIB per capta representa um aumento da disponibilidade de bens e serviços para a sociedade, o que proporciona melhoria no padrão de vida das pessoas. Quando queremos tecer comparações entre países normalmente utilizamos o PIB per capta medido pela Paridade do Poder de Compra (PPP), isto é,  mede a capacidade de compra da moeda nacional em termos de bens e serviços com preços em dólar. Para entender um pouco mais sobre a evolução do PIB per capta PPP no Brasil, convido-o a assistir ao vídeo.

Retomando os objetivos, podemos ver que a estabilidade de preços ou o controle da inflação também é importante. A inflação refere-se à elevação no nível geral de preços da economia. Podemos dizer que a inflação representa a perda do poder de compra do dinheiro, pois na medida em que os preços sobem será necessário mais dinheiro para comprá-los.

Quando uma economia não tem estabilidade de preços, a noção de preço relativo se altera de maneira desordenada, cada agente tenta manter seu poder de compra elevando seus preços. Logo os fornecedores sobem os preços, os trabalhadores querem reajustes salariais, o governo eleva os impostos e o empresário elevará seus preços também. Este comportamento de elevação de preços se espalha pela economia, a percepção de que os preços estão aumentando são registrados pela variação positiva dos indicadores de inflação.

No Brasil, atualmente, para controlar a inflação o governo adotou o sistema de metas de inflação, ele acompanha o IPCA para verificar se está cumprindo a meta de 4,5% na qual ele permite uma variação de 2% para cima ou para baixo o que indica que a inflação poderá estar entre 2,5% a 6,5% que ele ainda vai estar dentro do esperado. Existem diferentes indicadores e instituições envolvidos na medição da inflação. Para entender um pouco mais sobre a inflação convido-o assistir nossa vídeo aula.

Agora precisamos entender outro objetivo: o equilíbrio das contas externas. Os governos acompanham o desempenho de suas economias em relação ao resto do mundo ou exterior através do Balanço de Pagamentos. O balanço de pagamentos registra todas as transações do país com o resto do mundo. Ele é composto por várias contas conforme você pode ver no quadro 1. Vamos ver quais são elas e o que registram:

Muito bem, agora abordemos o objetivo de promover melhorais na distribuição de renda. Vimos que o PIB per capta mede a riqueza do país, mas somente a forma como a renda está distribuída garante que as pessoas terão acesso aos bens e serviços. Quanto melhor a distribuição da renda mais as pessoas terão dinheiro para comprar bens e serviços.

Também reduz a pressão sobre os serviços públicos, pois com melhoria na renda muitos serviços que antes eram oferecidos pelos governos pode passar a ser adquiridos das empresas privadas no mercado. Um bom exemplo, seria a saúde, com mais renda as pessoas poderiam pagar planos de saúde. Por outro lado, os recursos que fossem economizados com a saúde poderiam ser investidos em melhoria de infraestrutura viária, na urbanização, saneamento básico. Para entender como está a distribuição de renda no Brasil convido-o a assistir ao vídeo.

Agora que você conhece os objetivos da política econômica cabe uma ressalva, pois os governos normalmente escolhem um dos objetivos como meta a atingir. Escolhido o objetivo primeiro da política econômica o governo passa a atuar através dos instrumentos de política macroeconômica para conduzir a economia na direção desejada.

No Plano Real o combate à inflação tem sido o objetivo principal e ficou em segundo plano apenas recentemente porque o governo preocupou-se com a crise econômica mundial e verificou que o PIB brasileiro deve crescer menos de 2% em 2012. Neste sentido tem adotado políticas econômicas que visem aumentar a produção e o emprego, mesmo sabendo que esta possa trazer como consequência o aumento da inflação.



QUESTÃO PARA REFLEXÃO

Neste momento você deve estar com a seguinte dúvida: De que forma o governo atua para conseguir alcançar estes objetivos?



Ele atua através dos instrumentos de política macroeconômica. Compreender o que são e como funcionam estes instrumentos é o que queremos estudando o próximo tópico.



4 - Instrumentos de política Macroeconômica.

Para atingir estes objetivos ele deve atuar através dos instrumentos de política econômica. Os principais são: Política Fiscal, Política Monetário, Política Cambial e Política de Comércio Exterior. Vamos estudar um pouco de cada uma delas.

a) Política Fiscal: Refere-se aos instrumentos que o governo dispõe para formar sua receita e controlar suas despesas. Ao administrá-la o governo tem em mãos um poderoso instrumento de controle da economia. Por exemplo, se o objetivo é aumentar o emprego ele reduz os impostos, se seu objetivo é controlar à inflação ele reduz o gasto público. As receitas vêm dos tributos e as despesas são realizadas através do gasto público.



APROFUNDANDO O CONHECIMENTO

A política fiscal envolve muitos conceitos e é abrangente. Para estudar todos leia o Cap 8 – Política Fiscal do livro Economia: Fundamentos e Aplicações do autor Judas Tadeu Grassi Mendes, publicado em 2009 e disponível na Biblioteca Digital Pearson.

No Brasil existe uma ampla discussão sobre a questão fiscal. Para compreender mais e melhor o debate, convido-o a ler o texto de Francisco L. Lopreato, “Política fiscal brasileira: limites e entraves ao crescimento” no link.

Um dos maiores questionamento sobre a política fiscal no Brasil diz que pagamos muitos impostos e que os brasileiros são mal informados sobre o peso dos impostos embutidos nos produtos. Para ver mais sobre este tema assista ao vídeo.

Muito bem, agora que você compreende melhor a política fiscal podemos prosseguir nossos estudos sobre as demais políticas econômicas. Em nosso próximo item vamos estudar a questão monetária.

B) Política Monetária: Refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda e de títulos públicos, com o objetivo de manter o valor da moeda. Em primeiro lugar é importante entender que o que garante o valor da moeda é o cumprimento de suas funções básicas. As principais funções da moeda na economia, são:

- Ser instrumento ou meio de troca, isto é, ser aceita em pagamento pela aquisição dos produtos e serviços.

- Ser denominador comum monetário, isto é, os preços de todos os bens e serviços está expresso nesta moeda.

- Ser reserva de valor, isto é, ela pode se utilizada para pagar dívidas, comprar produtos ou serviços em qualquer período de tempo.

Então, uma moeda (dinheiro) forte é aquela em que os cidadãos confiam, utilizam para realizar suas transações no presente e no futuro e que dá preço aos bens econômicos de um país. Por outro lado, caso tenhamos um aumento na quantidade de moeda circulando na economia, o que também é chamado de excesso de liquidez, ela vai perdendo sua capacidade de exercer tais funções.



APROFUNDANDO O CONHECIMENTO

Para estudar com mais detalhes a política monetária você deve ler o Cap 9 Política Monetária do livro Economia: Fundamentos e Aplicações do autor Judas Tadeu Grassi Mendes, publicado em 2009 e disponível na Biblioteca Digital Pearson.



No Brasil o Conselho Monetário Nacional é a autoridade monetária máxima que, juntamente com o Banco Central (órgão executor das políticas monetárias), são responsáveis pela condução da política monetária.  O Bacen é o responsável pela emissão de moeda primária  e os bancos comerciais emitem moeda secundária (créditos, financiamentos, etc) por meio do multiplicador bancário da moeda.

Para entender como funciona o multiplicador bancário da moeda, você deve ler o texto: Multiplicador Bancário disponível em:

Outra questão importante é que devido ao funcionamento do sistema financeiro os bancos conseguem captar recursos dos poupadores e redirecionar aos tomadores. Para isto geralmente disponibilizam diferentes tipos de aplicações desde caderneta de poupança até aplicações em títulos da dívida pública. Para conhecer melhor o mercado financeiro assista ao vídeo.

Agora que você conhece a política monetária podemos estudar mais um instrumento de política. Vamos a ele...

C) Política Cambial: Refere-se à formação do preço da moeda estrangeira ou divisa. Os países realizam transações comercias entre si e, como tem diferentes moedas, será necessário estabelecer uma relação de troca entre elas, a isto chamamos de taxa de câmbio.

Para determinar a taxa de câmbio um país deve primeiro definir o sistema de câmbio que vai adotar. Temos dois tipos: o câmbio fixo no qual o governo fixa o valor da moeda estrangeira e o mantém desta forma e o câmbio flexível ou flutuante no qual o valor da moeda estrangeira é determinado pelo movimento de entrada e saída destas moedas no país. Um país também pode ter taxas múltiplas de câmbio de acordo com a finalidade a que se destina.

No Brasil atualmente adota-se o câmbio flutuante, e taxas múltiplas de câmbio. Por exemplo, a taxa de câmbio do dólar é estabelecida pela entrada e saída de dólares da economia, temos diferentes taxas o dólar comercial, turismo e paralelo. O comercial destina-se as transações comerciais, o turismo para viagens e o paralelo é negociado nas casas de câmbio.

D) Política Comercial: Refere-se à troca de bens e serviços entre países para além de suas fronteiras geográficas. Na maioria dos países, ele representa uma grande parcela do PIB, porém para o Brasil a corrente de comércio (exportações e importações) é apenas 1,2%. Os países mantêm comércio entre si porque com isto conseguem complementar sua estrutura de produção importando itens que não produzem, outras vezes este comércio é motivado apenas pelo preço, pois importar um produto mais barato permite à empresa ter um lucro maior e ao consumidor comprar com preço menor.

Além disto, o comércio exterior do país sofre influência da taxa de câmbio. Quando o real está desvalorizado os produtos exportados ficam mais baratos e por isto vendem mais, quando o real está valorizado os produtos de exportação ficam mais caros e prejudica nossas vendas no exterior. Para entender a formação de preço considerando a taxa de câmbio veja a indicação abaixo.

Para saber o preço em dólar de um produto nacional que vai ser exportado faça

=> preço em reais ÷ valor do dólar preço de compra= preço de exportação em dólares

Para saber o preço em reais de um produto que será importado faça

=> preço em dólar X valor do dólar comercial preço = preço pago em reais pelo produto importado.



APROFUNDANDO O CONHECIMENTO

Você pode estudar mais detalhes sobre a política cambial e comércio exterior lendo o Cap 10 Política Cambial do livro Economia: Fundamentos e Aplicações do autor Judas Tadeu Grassi Mendes, publicado em 2009 e disponível na Biblioteca Digital Pearson.

Outro aspecto importante da política comercial refere-se à política de comércio exterior. Na prática em cada país geralmente os governos intervém, quase sempre procurando beneficiar suas exportações e limitar as importações. Assim temos diversos instrumentos de intervenção do governo sobre o comércio exterior. Dentre eles: as tarifas aduaneiras, os subsídios aos setores exportadores, imposição de quotas limitando a quantidade de produtos que podem ser importados, proibição de importações de itens, e barreiras não tarifárias.

Muito bem, agora concluímos esta etapa de pontuar os objetivos da política econômica e os diferentes instrumentos de política. Verificamos que estes podem ser utilizados para que o governo tanto atinja seus objetivos e também cumpra suas funções no sistema econômico. Nosso próximo item se encarrega de, partindo dos conhecimentos adquiridos até aqui, retomar os componentes da demanda agregada para fazer uma análise econômica dessa demanda, vamos lá...



5 Consumo, Poupança e Gasto Público.

A análise econômica da DA pressupõe que existe uma identidade macroeconômica segundo a qual PIB = Renda = Dispêndio. O PIB, como você já viu no vídeo 2, é calculado pelo valor dos bens e serviços finais. A Renda é a soma de tudo o que é pago em forma de salários, juros, lucros, aluguéis, royalties. O Dispêndio “(...) refere-se aos possíveis destinos do produto, isto é, por quem e para quem são adquiridos” (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETTO JUNIOR, 2004. P. 54).  Assim, medir o produto da economia pela ótica do dispêndio é somar o Consumo (público e privado), Investimento (gasto para ampliar a produção e estoques de matéria-prima), Exportações (que gerou gastos para produção no mercado interno, mas vai ser exportado), menos as Importações (que surgiu dos gastos com a compra de produtos vindos de outros países).

Ocorre que numa economia a DA é importante, mas temos que verificar também a capacidade produtiva ou produto potencial que é o máximo que a economia de um país pode produzir com os recursos que dispõe no momento. Esta capacidade é sempre maior que a Demanda. Por isto na maioria das economias do mundo temos problemas de desemprego que se expressa pela capacidade ociosa nas empresas e pelo número de pessoas sem emprego. Para entender como foi obtido o PIB brasileiro a partir dos componentes da DA para 2011 e verificar a interligação existente entre estes componentes assista ao vídeo.

Conforme você pode ver no vídeo cada uma das variáveis que compõem a DA são importantes para promover o crescimento do PIB. Então, caro aluno quando chegamos aqui conseguimos completar os estudos de nossa Web Aula 1. Neste percurso você pode aprofundar seus conhecimentos sobre a Macroeconomia e estudar mais o impacto das políticas econômicas sobre consumo, investimento e gasto público.

Neste momento convido-o a participar da atividade que será desenvolvida no Fórum I da disciplina. Então veja abaixo nossa proposta para o primeiro debate. Encontro você em nosso fórum.

Comments

:(
Sent by GoodKaren,Jan 14, 2016

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